MASSACRE DE REALENGO
Alguns dos vídeos foram gravados na véspera do ataque à escola; Wellington aparece empunhando armas
FOTO: REUTERS
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Em novos vídeos divulgados pela Polícia, o atirador afirma que a chacina deve "servir de lição" para autoridades
Rio de Janeiro. A Secretaria de Segurança Pública do Rio divulgou, ontem, sete fotos e cinco novos vídeos de Wellington Menezes de Oliveira, 23, o atirador que matou 12 adolescentes no ataque a uma escola municipal em Realengo (zona oeste da cidade), no último dia 7. Nas imagens, Wellington empunhava armas e afirmava que o bullying foi sua motivação.
Wellington relatou, em um dos cinco vídeos, que sofreu humilhações na escola, mas que isso o tornou "mais forte". "Fui fraco. Fui medroso. Mas me tornei um combatente. Uma pessoa forte e corajosa, que tem como objetivo a defesa de irmãos fracos que ainda estão em condição incapazes de se defender", disse no vídeo de quase três minutos. A gravação foi feita um dia antes do massacre.
Em um outro vídeo, o atirador diz que quer que o "ocorrido sirva de lição". Wellington diz que o massacre deve servir para que as autoridades "descruzem os braços diante de situações em que alunos são agredidos, humilhados, ridicularizados, desrespeitados".
"Às vezes, o que mais doía era quando eles praticavam essas covardias contra mim e todos em volta riam, debochavam, se divertiam sem se importar com meus sentimentos. Mas o que mais me irrita hoje é que esse cenário vem se repetindo sem que nada seja feito contra essas pessoas covardes e cruéis", afirmou o atirador.
Estudo
O psiquiatra americano Timothy Brewerton, que tratou alguns dos estudantes sobreviventes ao massacre na escola de Columbine em 1999, apresentou, ontem, no Rio de Janeiro, um estudo realizado pelo serviço secreto americano cujo resultado apontou que nos 66 ataques em escolas que ocorreram no mundo, de 1966 até 2011, 87% dos atiradores sofriam bullying e foram movidos pelo desejo de vingança.
"O bullying pode ser considerado a chave para entender o problema e um enorme fator de risco, mas outras características são importantes, como tendências suicidas, problemas mentais e acessos de ira. Não acredito em um estereótipo ou perfil para um assassino potencial nas escolas", afirmou Brewerton.
A pesquisa apontou que em 76% dos ataques no mundo os assassinos eram adolescentes e tinham fácil acesso às armas de parentes. "Além do controle ao acesso às armas, recomendamos também que os pais fiquem atentos a alguns comportamentos, como maus-tratos contra animais, alternância de estados de humor, tendências incendiárias, alteração de humor, isolamento e indiferença", destacou.
Indenização
A Prefeitura do Rio de Janeiro confirmou, ontem, que vai pagar indenização às famílias das 12 crianças.
"O que a prefeitura quer é indenizar e isso deve ser fechado nas próximas semanas. Por enquanto, não tenho mais detalhes", afirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Ele explicou que a Defensoria Pública ficará responsável por entrar em contato com as famílias e intermediar o diálogo com a prefeitura. O objetivo é definir os valores. "Não queremos ver essas famílias passarem 20 anos brigando na Justiça contra a prefeitura para tentar receber alguma coisa", acrescentou.
Rio de Janeiro. A Secretaria de Segurança Pública do Rio divulgou, ontem, sete fotos e cinco novos vídeos de Wellington Menezes de Oliveira, 23, o atirador que matou 12 adolescentes no ataque a uma escola municipal em Realengo (zona oeste da cidade), no último dia 7. Nas imagens, Wellington empunhava armas e afirmava que o bullying foi sua motivação.
Wellington relatou, em um dos cinco vídeos, que sofreu humilhações na escola, mas que isso o tornou "mais forte". "Fui fraco. Fui medroso. Mas me tornei um combatente. Uma pessoa forte e corajosa, que tem como objetivo a defesa de irmãos fracos que ainda estão em condição incapazes de se defender", disse no vídeo de quase três minutos. A gravação foi feita um dia antes do massacre.
Em um outro vídeo, o atirador diz que quer que o "ocorrido sirva de lição". Wellington diz que o massacre deve servir para que as autoridades "descruzem os braços diante de situações em que alunos são agredidos, humilhados, ridicularizados, desrespeitados".
"Às vezes, o que mais doía era quando eles praticavam essas covardias contra mim e todos em volta riam, debochavam, se divertiam sem se importar com meus sentimentos. Mas o que mais me irrita hoje é que esse cenário vem se repetindo sem que nada seja feito contra essas pessoas covardes e cruéis", afirmou o atirador.
Estudo
O psiquiatra americano Timothy Brewerton, que tratou alguns dos estudantes sobreviventes ao massacre na escola de Columbine em 1999, apresentou, ontem, no Rio de Janeiro, um estudo realizado pelo serviço secreto americano cujo resultado apontou que nos 66 ataques em escolas que ocorreram no mundo, de 1966 até 2011, 87% dos atiradores sofriam bullying e foram movidos pelo desejo de vingança.
"O bullying pode ser considerado a chave para entender o problema e um enorme fator de risco, mas outras características são importantes, como tendências suicidas, problemas mentais e acessos de ira. Não acredito em um estereótipo ou perfil para um assassino potencial nas escolas", afirmou Brewerton.
A pesquisa apontou que em 76% dos ataques no mundo os assassinos eram adolescentes e tinham fácil acesso às armas de parentes. "Além do controle ao acesso às armas, recomendamos também que os pais fiquem atentos a alguns comportamentos, como maus-tratos contra animais, alternância de estados de humor, tendências incendiárias, alteração de humor, isolamento e indiferença", destacou.
Indenização
A Prefeitura do Rio de Janeiro confirmou, ontem, que vai pagar indenização às famílias das 12 crianças.
"O que a prefeitura quer é indenizar e isso deve ser fechado nas próximas semanas. Por enquanto, não tenho mais detalhes", afirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Ele explicou que a Defensoria Pública ficará responsável por entrar em contato com as famílias e intermediar o diálogo com a prefeitura. O objetivo é definir os valores. "Não queremos ver essas famílias passarem 20 anos brigando na Justiça contra a prefeitura para tentar receber alguma coisa", acrescentou.
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