quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

CGU conclui que houve impropriedades em gastos de Gregolin com cartão

14/02/2008 - 22h34

da Folha Online

A CGU (Controladoria-Geral da União) concluiu que houve "impropriedades" em duas despesas de alimentação do ministro Altemir Gregolin (Pesca) pagas com o cartão corporativo do governo federal. A auditoria não considerou como irregularidade as despesas do ministro em hotéis e em locadoras de veículos pagas supostamente em duplicidade.

Na auditoria, a CGU concluiu que houve "impropriedade" no uso do cartão para pagamento de despesas pessoais para alimentação e teve de devolver R$ 538,60, sendo R$ 26 gastos no Buffet Flory, em Florianópolis, e R$ 512,60 em um restaurante de Brasília.

"Apesar de não se vislumbrar dolo ou má fé de qualquer natureza, não há previsão legal para a realização desse tipo de despesa com suprimento de fundos", diz o relatório da CGU.

A auditoria concluiu que não houve irregularidade no pagamento em duplicidade de diárias de hotéis. Segundo a CGU, o ministro deixou o Hotel Blue Tree, em Florianópolis, às 11h20 do dia 29 de agosto e se hospedou no Hotel Ibis, em São Paulo, às 23h15 do mesmo dia.

Segundo a CGU, outro caso de duplicidade ocorreu porque o faturamento de duas diárias no Hotel Glória, no Rio de Janeiro, foi feito em duas notas fiscais distintas, e pagas separadamente, uma vez que o ministro Gregolin foi orientado a não efetuar operações com valor superior a R$ 800.

A auditoria também constatou que não houve pagamento em duplicidade de aluguel de veículos, mas sim prorrogação de diárias "fato que evidencia não ter havido o aluguel de dois veículos na mesma data, mas dividido em duas faturas, tendo em vista a prorrogação da locação do automóvel".

A auditoria observou também que a prorrogação é compatível com a agenda de trabalho do ministro, juntada aos autos.

No caso da Choperia Pinguim, em Ribeirão Preto (SP), onde o ministro também fez pagamento com o cartão, a CGU não encontrou nenhuma irregularidade, uma vez que "o ministro fez refeição durante uma viagem de trabalho".

A reportagem não localizou Gregolin na noite desta quinta-feira para comentar o assunto.



terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Lula diz não temer CPI de cartões e cobra respeito à Presidência

12/02/2008 - 20h35

MACAPÁ (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou respeito à Presidência da República como instituição e defendeu que gastos com segurança não sejam revelados publicamente.

Em entrevista a jornalistas antes de embarcar para Brasília após encontro com o presidente Nicolas Sarkozy, na Guiana Francesa, Lula afirmou que não se incomoda com a CPI mista para investigar mau uso do cartão de crédito corporativo.

"Só tem um gasto que não deve ser detalhado. É o gasto com segurança. É uma questão de Estado", defendeu Lula.

Indagado sobre os gastos da presidência, Lula não gostou da pergunta e encerrou a coletiva.

"A Presidência é uma instituição e as pessoas tem que aprender a respeitá-la", respondeu antes de se retirar.

Antes, Lula afirmou que o cartão corporativo "é a forma mais séria e mais transparente de cuidar dos gastos públicos", e responsabilizou a oposição pelo barulho em torno dos gastos.

"Tem uma parte da oposição que fica sempre torcendo para as coisa não darem certo, porque se derem errado, acham que vão ganhar no processo eleitoral", afirmou.

A CPI mista do Congresso foi acertada entre governo e oposição, abrangendo os governos de Lula e de Fernando Henrique Cardoso. Houve um acordo para que as investigações não detalhem os gastos dos presidentes da República e de suas famílias. Lula acredita que a CPI não vai atrapalhar as votações no Congresso.

"Nada atrapalha, tudo está a favor do Brasil. Se Deus está conosco, quem pode estar contra nós?".

(Reportagem de Raymond Colitt; Edição de Mair Pena Neto)

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