sexta-feira, 29 de abril de 2011

Número de estupros no RJ cresceu 25% em 2010, diz ISP (Postado por Erick Oliveira)

O número de estupros registrados no estado do Rio aumentou em 25% de 2009 (4.120 casos) para 2010 (4.589). Os dados estão na sexta edição do Dossiê Mulher, divulgada nesta sexta-feira (29) pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Os registros apontam para uma média de 313 mulheres vítimas de estupro por mês ou 10 por dia.
Das 3.751 mulheres estupradas em 2010, 53,5% eram meninas de até 14 anos. Em 50,5% dos casos, as vítimas do crime conheciam os acusados (companheiros, ex-companheiros, pais, padrastos, parentes e conhecidos), 29,7% tinham relação de parentesco com a vítima (pais, padrastos, parentes) e 10,0% eram companheiros ou ex-companheiros.
Com base em dados de 2010 da Polícia Civil, as mulheres continuam sendo as maiores vítimas dos crimes de estupro (81,2%), ameaça (65,4%) e lesão corporal dolosa (62,9%). Grande parte desses delitos, de acordo com o estudo, ocorreu no espaço doméstico e no ambiente familiar.
Embora o sexo feminino não esteja entre a maioria das vítimas de homicídio doloso e tentativa de homicídio, a pesquisa também traz a análise desses delitos.
Sobre o perfil das vítimas de estupro do sexo feminino foi observado que 77,3% eram solteiras; 23,2% tinham entre zero e 9 anos, e 30,3% tinham entre 10 e 14 anos de idade. Em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, chamou a atenção do ISP um aumento de quase 162% no número de mulheres estupradas no município: foram 68 vítimas em 2009 e 178 em 2010.
AmeaçaO dossiê revelou que cerca de 137 mulheres sofrem ameaça por dia no estado do Rio. Em 2010, foram contabilizadas 49.950 vítimas. De 2009 para 2010, o número teve um aumento de 6,2%. Entretanto, o dossiê ressalta que o número de mulheres vítimas de ameaça proveniente de violência doméstica aumentou em 4,3%.
Os municípios de Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis, foram os que apresentaram o maior número de vítimas em 2010. No total, foram registradas 3.857 ameaças contra mulheres. Segundo o ISP, mais da metade das mulheres vítimas de ameaça (50,2%) tinha o companheiro ou ex-companheiro como o provável autor do delito.
Sofreram ameaças por parte de pais ou parentes 9,9% das mulheres, e 12,5% delas foram vítimas de pessoa conhecida ou próxima. Quanto ao perfil da mulher vítima, observou-se que 57,1% das mulheres que sofreram ameaça tinham entre 25 e 44 anos e 50,1% eram solteiras.
Homicídio DolosoO crime de homicídio doloso apresentou uma redução de 19,4% no total de 2010 em relação a 2009. Foram registrados 299 assassinatos a mulheres (6,3% do total) no ano passado. Dessas, 37,4% tinham entre 18 e 34 anos; 34,9% eram solteiras e 16,6% conheciam os acusados, sendo que 13,3% das vítimas eram ex-companheiras ou companheiras do provável autor do homicídio. A média mensal foi de 24 mulheres vítimas.
Os municípios de Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis registraram os maiores números de casos, totalizando 31 em 2009 e 24 mulheres vítimas em 2010.
Lesão Corporal DolosaO delito lesão corporal dolosa apresentou um aumento de 1,1% no total de mulheres vítimas em comparação com 2009. Deste total, mais da metade (54,7%) tinha entre 18 e 34 anos; 55,6% eram solteiras e 32,2%, casadas. Das vítimas, 50,9% eram companheiras ou ex-companheiras dos acusados.
De acordo com o ISP, para todos os delitos observados no estudo, com exceção do estupro, cuja maior concentração de casos foi verificada na área da 54ª DP (Belford Roxo), as áreas referentes à 35ª DP (Campo Grande) e à 59ª DP (Duque de Caxias) estavam entre aquelas com os maiores números de vítimas.
As mulheres correspondem a 87,0% das vítimas de lesão corporal dolosa proveniente de violência doméstica ou familiar. Na relação entre a vítima e o acusado, verificou-se que 80,7% das vítimas eram companheiras ou ex-companheiras do provável agressor.
As mulheres vítimas de lesão corporal dolosa proveniente de violência doméstica, especificamente, tiveram seu número reduzido em 1,9%, ou seja, foram menos 576 mulheres vítimas desse crime em 2010.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Armas entregues na Campanha do Desarmamento serão inutilizadas na frente do cidadão

Depois de inutilizadas, as armas serão encaminhadas à Polícia Federal para o descarte total


As armas que forem devolvidas na Campanha do Desarmamento deste ano serão inutilizadas na frente do cidadão, na mesma hora. O conselho que cuida da campanha ainda vai definir como será feita a inutilização. Uma das opções mais cogitadas é o uso de uma marreta.
“Isso garantirá à população que a arma não voltará às ruas para o crime, pois não terá mais nenhuma utilidade e virará sucata”, disse nesta segunda-feira (18) o secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, depois de reunião do conselho, formado por representantes do governo federal e da sociedade civil.
Depois de inutilizadas, as armas serão encaminhadas à Polícia Federal para o descarte total, que poderá ser feito por meio da queima em fornos industriais de alta temperatura.
Além da inutilização imediata, a campanha deste ano, que começa no dia 6 de maio, tem como novidade a não obrigatoriedade do cidadão de se identificar e a indenização entregue no momento da devolução da arma, em forma de protocolo para posterior retirada no Banco do Brasil. As informações são da Agência Brasil.
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Sarney diz que vai propor novo referendo sobre desarmamento

Governo anuncia rede nacional para recolhimento de armas de fogo

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, anunciou nesta segunda-feira (18) a formação de uma rede nacional para o recolhimento de armas de fogo, que será implementada durante a campanha do desarmamento, que começa no dia 6 de maio e vai até o final do ano.

O recolhimento será comandado pelas polícias Civil e Federal e as Forças Armadas. A meta do governo é ter, no mínimo, um posto de recolhimento de armas em cada um dos municípios brasileiros. Igrejas e sedes de organizações não-governamentais poderão se cadastrar junto ao Ministério da Justiça para atuar como posto de recolhimento de armas.
Na última campanha do desarmamento, encerrada em dezembro de 2009, apenas os postos policiais podiam receber as armas.

“Certamente vai ser um número muito superior de postos de recolhimento. Todos esses organismos constituem postos de coletas. Nas outras campanhas era basicamente só a Polícia Federal. Desta vez, queremos ampliar a rede para que em cada município tenha um posto de recolhimento”, afirmou o secretário-executivo.

Nesta segunda-feira, primeira reunião do conselho responsável pela campanha do desarmamento, também ficou definida a forma de indenização para as pessoas que entregarem as armas durante a campanha.

Segundo Barreto, no momento da entrega da arma, será feito um protocolo. Com o número do protocolo, a pessoa que entregou a arma poderá procurar o Banco do Brasil para receber uma indenização, que pode variar de R$ 100 a R$ 300. Munições entregues não serão indenizadas durante a campanha.

“Ao mesmo tempo em que a arma será entregue, a pessoa já vai receber a indenização. Nunca se fez uma rede tão ampla. Estamos voltados para chegar aonde a população está”, afirmou o secretário.

Outra novidade é que na campanha deste ano não será exigida a identificação da pessoa que entregar a arma, como o número do CPF. “Isso vai facilitar a entrega”, afirmou o representante da Rede Desarma Brasil, Antônio Rangel.
Apesar de ser ligado a uma entidade que defende o desarmamento, Rangel se disse contrário à realização de um novo plebiscito, como chegou a ser proposto pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). “Assim como aconteceu um plebiscito há cinco anos, não podemos desrespeitar a decisão, por mais equivocada que ela seja”, disse.
Orçamento
Segundo o secretário-executivo do ministério, o governo ainda não tem uma estimativa de quantas armas devem ser recolhidas na campanha deste ano. Nas últimas duas campanhas realizadas, em 2005 e 2008, foram recolhidas 550 mil armas de fogo.
Para este ano, o orçamento previsto para as indenizações na campanha deste ano é de R$ 10 milhões.

De acordo com o governo, na campanha deste ano, todas as armas serão inutilizadas na frente da pessoa que fizer a entrega. Depois, as armas serão recolhidas pelas polícias e Forças Armadas para destruição.
Antecipação
A antecipação da campanha do desarmamento foi anunciada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na última terça-feira (11). Inicialmente, a campanha estava prevista para junho, mas por sugestão do governo deverá começar no próximo dia 6 de maio, quase um mês depois da tragédia na escola de Realengo, no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 12 crianças e do atirador.
Integram o conselho responsável pela campanha do desarmamento representantes do Ministério da Justiça, Ministério da Defesa, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, OAB, CNBB, Rede Desarma Brasil, Viva Rio, Instituto Sou da Paz, Banco do Brasil, Frente Nacional de Prefeitos, Conselho de Comandantes da Polícia Militar, Conselho de Chefes da Polícia Civil e Associação de Maçonarias do Brasil.

sábado, 16 de abril de 2011

Gravação mostra que bullying foi o motivo

MASSACRE DE REALENGO
Foto: Reuters
Alguns dos vídeos foram gravados na véspera do ataque à escola; Wellington aparece empunhando armas
FOTO: REUTERS
Em novos vídeos divulgados pela Polícia, o atirador afirma que a chacina deve "servir de lição" para autoridades

Rio de Janeiro. A Secretaria de Segurança Pública do Rio divulgou, ontem, sete fotos e cinco novos vídeos de Wellington Menezes de Oliveira, 23, o atirador que matou 12 adolescentes no ataque a uma escola municipal em Realengo (zona oeste da cidade), no último dia 7. Nas imagens, Wellington empunhava armas e afirmava que o bullying foi sua motivação.

Wellington relatou, em um dos cinco vídeos, que sofreu humilhações na escola, mas que isso o tornou "mais forte". "Fui fraco. Fui medroso. Mas me tornei um combatente. Uma pessoa forte e corajosa, que tem como objetivo a defesa de irmãos fracos que ainda estão em condição incapazes de se defender", disse no vídeo de quase três minutos. A gravação foi feita um dia antes do massacre.

Em um outro vídeo, o atirador diz que quer que o "ocorrido sirva de lição". Wellington diz que o massacre deve servir para que as autoridades "descruzem os braços diante de situações em que alunos são agredidos, humilhados, ridicularizados, desrespeitados".

"Às vezes, o que mais doía era quando eles praticavam essas covardias contra mim e todos em volta riam, debochavam, se divertiam sem se importar com meus sentimentos. Mas o que mais me irrita hoje é que esse cenário vem se repetindo sem que nada seja feito contra essas pessoas covardes e cruéis", afirmou o atirador.

Estudo
O psiquiatra americano Timothy Brewerton, que tratou alguns dos estudantes sobreviventes ao massacre na escola de Columbine em 1999, apresentou, ontem, no Rio de Janeiro, um estudo realizado pelo serviço secreto americano cujo resultado apontou que nos 66 ataques em escolas que ocorreram no mundo, de 1966 até 2011, 87% dos atiradores sofriam bullying e foram movidos pelo desejo de vingança.

"O bullying pode ser considerado a chave para entender o problema e um enorme fator de risco, mas outras características são importantes, como tendências suicidas, problemas mentais e acessos de ira. Não acredito em um estereótipo ou perfil para um assassino potencial nas escolas", afirmou Brewerton.

A pesquisa apontou que em 76% dos ataques no mundo os assassinos eram adolescentes e tinham fácil acesso às armas de parentes. "Além do controle ao acesso às armas, recomendamos também que os pais fiquem atentos a alguns comportamentos, como maus-tratos contra animais, alternância de estados de humor, tendências incendiárias, alteração de humor, isolamento e indiferença", destacou.

Indenização
A Prefeitura do Rio de Janeiro confirmou, ontem, que vai pagar indenização às famílias das 12 crianças.

"O que a prefeitura quer é indenizar e isso deve ser fechado nas próximas semanas. Por enquanto, não tenho mais detalhes", afirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes.

Ele explicou que a Defensoria Pública ficará responsável por entrar em contato com as famílias e intermediar o diálogo com a prefeitura. O objetivo é definir os valores. "Não queremos ver essas famílias passarem 20 anos brigando na Justiça contra a prefeitura para tentar receber alguma coisa", acrescentou.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

CORPOS ENCONTRADOS EM VALAS CLANDESTINAS NO MÉXICO CHEGAM A 145

CIDADE DO MÉXICO, 15 ABR (ANSA) - O número de corpos encontrados em valas clandestinas, no estado mexicano de Tamaulipas, na fronteira com os Estados Unidos, subiu para 145, segundo confirmou o secretário estadual do Interior, Morelos Jaime Canseco.
  
Hoje, as tropas federais encontraram mais 23 cadáveres em San Fernando, cidade onde a maioria dos outros mortos também foi localizada.
  
Os corpos foram achados depois da denúncia dos sequestros de ônibus, em uma rodovia próxima ao município, que transportavam imigrantes ilegais para os Estados Unidos. O governo mexicano atribui o crime ao cartel Los Zetas que atua na região.
  
Segundo Canseco, é importante ter a precisão da cifra, mas o mais fundamental "são as tarefas de determinação da identidade" das vítimas. "Não é um assunto de números, é um assunto de humanidade, de sentimento e de solidariedade com a dor humana que paralisa muitas famílias tamulipecas ou de outros lado da República", completou.
  
As tropas federais intensificaram as busca por mais fossas clandestinas em lugares próximos aos povoados de Punta de Alambre, Punta de Piedra e Carbonera.
  
Na quarta-feira, o ministro do Interior do país, Francisco Blake Mora, reafirmou que o governo não vai se retirar dessa região até deter e castigar "os deliquentes e a rede de cúmplices". Segundo ele, "em seu desespero, o crime recorre a singulares atrocidades que não podemos tolerar como sociedade e como governo".
  
Há uma semana, quando 59 corpos tinham sido localizados, a Anistia Internacional (AI) pediu que o governo mexicano investigue de forma efetiva os assassinatos. "Estas valas encontradas demonstram mais uma vez os erros do governo mexicano para enfrentar a crise de segurança pública do país e reduzir a violência criminal", declarou o investigador do organismo para o México, Ruperto Knox.
  
Segundo Knox, muitas vezes crimes de direitos humanos não são devidamente condenados, "deixando organizações criminosas e funcionários que operam em conformidade com eles, livres para atacar comunidades vulneráveis, como os imigrantes ilegais". (ANSA)
15/04/2011 13:47

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terça-feira, 12 de abril de 2011

Senado propõe referendo sobre desarmamento

O senado irá votar uma proposta para realizar um novo plebiscito sobre o desarmamento no país, informou na terça-feira (12) o presidente da casa, o Senador José Sarney.


A proposta ganhou força após o ataque ocorrido na semana passada, em uma escola municipal do Rio de Janeiro, onde doze crianças morreram após um atirador efetuar disparos.

A intenção é que a votação seja realizada no dia 2 de outubro deste ano.

O processo para realizar o referendo tem início com a coleta de assinaturas no Senado, e que devem ser coletadas no mínimo 27 assinaturas para que a proposta seja votada.

Em seguida, o projeto deve ser submetido à análise da Câmara Federal e enfim para a Presidenta Dilma Rousseff.

Caso o plebiscito venha a ocorrer e a maioria do população vote pela proibição, a legislação brasileira passaria por modificações, fazendo com que o porte de arma no país se tornasse ilegal.

Em 2005 o governo realizou a mesma consulta, e a maioria da população votou contra a proibição.