13/05/2008 - 09h00
da Folha Online
A CPI dos Cartões Corporativos vai se reunir nesta terça-feira para colocar em votação os requerimentos de convocação do secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, e do assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), André Fernandes.
Aparecido é apontado como vazador do dossiê elaborado no Palácio do Planalto com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, enquanto Fernandes teria trocado e-mails com o secretário para receber o dossiê.
Segundo reportagem da Folha, o Planalto avalia ser inevitável a convocação de Aparecido na CPI dos Cartões. O secretário de Controle Interno da Casa Civil já informou que deixará o cargo no governo, e a expectativa é que ele formalize hoje sua saída.
Com as novas denúncias sobre o dossiê, o deputado Vic Pires (DEM-PA) prometeu apresentar nesta semana novo requerimento de convocação da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) na CPI. Já o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) apresentou outro requerimento de convocação da ministra para que ela fale "exclusivamente sobre o dossiê" na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa. O requerimento deve ser votado hoje.
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) defendeu a nova convocação para que Dilma explique o vazamento de informações da Casa Civil. "Eu acho que o depoimento mais importante seria o da ministra Dilma para confirmar o que foi dito. A tese de que não havia nenhum dossiê caiu, nós temos que ir aos fatos", disse.
Para o senador João Pedro (PT-AM), Dilma não agiu de "má fé" ao negar a existência do dossiê durante depoimento no Senado. "A ministra não mentiu, é má fé da oposição. Em setembro de 2005, a ministra respondeu um requerimento do senador Arthur Virgílio dizendo dos bancos de dados que a Casa Civil estava elaborando. Desde 2005 o Senado sabia da existência do banco de dados", afirmou.
Vazamento
Reportagem publicada pela Folha na última sexta-feira afirma que a Polícia Federal e a sindicância interna da Casa Civil identificaram Aparecido como o vazador do dossiê elaborado no Palácio do Planalto com gastos do ex-presidente FHC.
As investigações detectaram troca de e-mails entre José Aparecido e o assessor do senador Álvaro Dias. Aparecido foi o único dos cinco secretários e diretores da Casa Civil a ter o computador apreendido pela sindicância aberta por Dilma Rousseff.
Os e-mails entre Aparecido e Fernandes --consultor concursado do Senado, lotado na segunda vice-presidência (cujo titular é Álvaro Dias)-- trazem conversas de natureza pessoal. Não fazem menção ao dossiê e ao levantamento das contas do governo tucano.
Mas, segundo a Folha apurou, a PF e a sindicância interna têm provas de que foi anexada a uma dessas mensagens, datada de 20 de fevereiro, a planilha em Excel de 27 páginas com gastos de FHC, Ruth Cardoso e ex-ministros. A planilha registrava uma semana do trabalho de levantamento de dados do governo tucano, iniciado em 11 de fevereiro.
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